quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Nosso primeiro e último amor? O próprio.


Olá garotas. Venho pelos meus posts analisar os relacionamentos contemporâneos, fugindo de idealizações, contos de fadas e eufemismos. O primeiro assunto abordado será a forma como os namoros são banalizados hoje em dia e como a insistência em um relacionamento claramente sem futuro causa danos. Para isso ilustrarei com a história de uma das meninas da P.O que foi enviada para o meu e-mail. Meus comentários estarão em preto, e a história está redigida com as exatas palavras que a dona escreveu.

Vamos lá:

Minha história, meu primeiro namorado. Conheci-o através da minha prima que era apaixonada por ele,  ele se apaixonou por mim, e eu fiquei com o amigo dele. O amigo dele me adicionou no Orkut e disse que o “fulano” não parava de falar de mim desde que me conheceu, e eu devia ficar com ele, mas  como eu sabia que minha prima gostava dele e que seria o príncipe dos 15 anos dela nem dei bola.... mas ele vivia atrás e era super fofo, me mandava musicas, pediu meu telefone, me mandava emails...

Certo. Primeira coisa a ser dita, vocês conhecem aquele ditado: “O que começa errado não tem como acabar certo!”? Então, ele está certo em 98% das vezes e em 99,9% quando tem família envolvida. Aqui não foi descrita a sua atitude em relação às investidas deles, e isso faria muita diferença, não adianta dizer que “ele foi atrás” “ele insistia” “ele... ele... ele”, o seu comportamento é o que importa... O que um não quer dois não fazem, o block do MSN serve pra isso. Ninguém tem culpa do affair de uma prima, amiga ou irmã ficar afim de nós, não delas, mas aí cabe apenas a nós decidir o que vale mais a pena: continuar com a paquera e perder a amizade, ou dar um “chega pra lá” no indivíduo.

Cheguei e falei tudo pra minha prima, que contou para boa parte das suas amigas que passaram a me detestar e me tratar mal...como tudo começou a desandar, fiquei com ele pois achei que não tinha mais nada a perder, mas fiquei na festa dela, e a família viu, e foi e é um grande bafafa até hoje,( fiquei de castigo, minha tia sem falar comigo, minha outra “prima” me xingando por tempos, e com a maior fama de trairá e sabe mais o que)...

A questão aqui deve ser a forma como foi contado para a prima, ou a atenção que estava dando para o menino. E como assim não tinha nada a perder? Até o ponto anterior eu prefiro acreditar que ELE estava dando em cima de você, se sua prima e as amigas estavam te tratando mal __ alias, quantos 12 anos elas tem? __ você ainda era a dona da razão (a não ser que tivesse dado trela pra ele também), agora diante de toda a sua família você ficou como uma oferecida e sua prima como uma vítima. E que tipo de fama de galinha, traidora, falsa você esperaria ter em ficar com o príncipe da festa da sua prima? Você tinha muito a perder sim, e perdeu.

Dois dias depois da festa ele me pediu em namoro, e se tornou meu grande amigo, mas eu só via e namorava escondido, as vezes passava um mês ou mais sem poder vê-lo, me trazia insegurança, e ele não suportava meu ciúmes, mas me ligava sempre só pra falar que me amava, ele tinha paciência e tolerância com a minha família, sabia que mal podia me ver e falar comigo, fomos nos desgastando, e terminamos. Ficamos menos de uma semana separados, voltamos, mas ele estava namorando outra e não tinha me contado, mas a menina sabia quem eu era, e pediu para não voltar com ele pois ela o amava, e sabia que ele tava com ela por insistência - ele terminou com ela no dia que voltamos.

Tá, vamos por partes. Problema número um: vocês começaram errado, e invés de dar um tempo ficando pra ver o que acontecia, pra ver se tomavam o caminho certo, já decidiram namorar. Outro: nada contra namoros em que o casal fica muito tempo sem se ver, mas é nesse tipo que se precisa ainda mais de maturidade e um bom motivo (como a distância). Escondido é bem melhor? Sim, mas por pouco tempo, porque cansa ficar mentindo. Poxa, você já teve a atitude de ficar com ele na frente de toda a família, assumir agora seria o de menos, talvez até deixasse sua imagem mais “limpinha”, afinal, podiam pensar que vocês realmente se gostavam e que você não fez isso com a sua prima por motivo nenhum.
Começo a pensar que esse cara tem alguma crise compulsiva de pedir as pessoas em namoro. Como assim, menos de uma semana terminados e ele já tava namorando outra, que por sinal estava apaixonada por ele? Eu não voltaria, mas você gostava dele e pensou que valia a pena tentar de novo, acho justo, mas não faria jamais.

Tudo ia muito bem, até um dia que ele começou a se tornar muito ciumento, e em uma das nossas brigas a minha melhor amiga foi conversar com ele, e depois veio falar pra mim que ele me amava e que eu devia aproveitar... novamente voltamos, e resolvi conversar com meus pais sobre ele, minha mãe disse que eu devia ir com muita calma pois era muito nova, o bafafá era muito recente...e eu aceitei!

Finalmente um acerto. Falar com a família é sempre uma atitude inteligente, eles podem não saber o que é melhor para nós, mas com certeza querem isso. Sou contra quem concorda com tudo que os pais dizem, mas é sempre importante considerar o que eles têm a dizer. Sua mãe deu bons conselhos a você, e parabéns por ter tomado uma atitude essencial para o sucesso do seu namoro.

Durante essa fase do namoro ele foi muito companheiro, ele tocava guitarra e me fez 3 musicas, me mandava mensagens lindas... mas depois começou a ficar frio, e parecia despertar um interesse no lado físico apenas, começou a ser indiferente, desistiu de me dar uma aliança, e mal falava comigo... Fui para praia, e ele não em atendia nunca, quando voltei ele voltou a conversar...quando íamos completar 8 meses de namoro- no dia- veio a bomba ele estava saindo com a minha melhor amiga, já fazia um mês, terminou comigo e disse que não me devia nenhum tipo de explicação, e começou a me tratar muito mal, começou a me desmoralizar no Fotolog dele...e a menina que era minha amiga, disse que de nada se arrependia, e esperava que eu não guardasse nenhum tipo de magoa, que ela não fez nada de errado que eles só se apaixonaram...ela mudou para o colégio dele, e eles namoraram por um mês, até que ela o traiu com um amigo meu, eles terminaram.

Ele começou a ficar indiferente porque perdeu o encanto, como foram empurrando a relação com a barriga ele te traiu; acredite: isso acontece todos os dias e nas melhores famílias. Pra mim a pior da história foi a sua amiga (?), traição de homem dói, mas assim é muito pior. E como assim ELE terminou, ELE te tratou mal, ELE te desmoralizou?! Guria, amor próprio é bom. Você deveria ter terminado com ele sem querer ouvir explicações, você deveria ignorá-lo (tratar mal nesses casos é pior ainda) e ele é o traidor, o canalha... Você só ficou desmoralizada porque deixou! Se levantasse a cabeça e mostrasse que deu a volta por cima e que sabe que é melhor que ele, deixaria o cara desmoralizado em seu lugar. E quanto à menina que o traiu, cada um tem o que merece. Deixa que a vida dê as pessoas o que elas merecem.

Ele foi me buscar no meu colégio para conversar e “lavar a roupa suja” tivemos um dia super divertido, e ele pediu pra voltar, fez uma declaração publica e eu voltei!

Amiga, errar uma vez é humano. Errar duas é burrice exagero.

Mas não tinha mais amor, nem paixão, acho que era o orgulho dos dois destruído. Terminamos dois meses depois, conversamos até hoje, e sempre que nos esbarramos ele me trata com muito carinho, mas eu sei o quão “traidor” ele é, pode ser que ele tenha mudado, mas em  todas nossas conversas fico com um pé atrás, e ele sempre fala pra todo mundo que nunca trairia ninguém, que nunca desrespeitaria uma namorada....e eu não engulo gente assim... Terminamos já fazem quase 4 anos, e quando ele tá solteiro sempre vem jogar um charme...ou dizer o quanto fui especial, sempre diz não se arrepender do rolo com a "melhor amiga", e mantém contato com ela também...

Fico feliz em você não ter errado uma terceira vez com o falso bom moço. Acredito que quem traiu uma vez, pode não trair duas... Mas quem trai duas, vai trair três, quatro, cinco... até um dia se apaixonar de verdade e viver bem com a pessoa, ou então ser traído por ela e ver o jogo virar. A vida é assim...

Mas e a banalização do namoro? Não está no namoro da autora da história, foram mais 8 meses seguidos que ela passou com ele, sem contar as idas e voltas. Quem banaliza o relacionamento é o ex-namorado dela que em todo momento de dificuldade buscava outra pessoa... O namoro deve acontecer com alguém que gostamos, que queremos estar do lado e que nos faz bem e que, principalmente, não pode ser substituída por outra pessoa porque em determinado momento não correspondeu as nossas expectativas.
Quanto a nossa amiga da P.O. que viveu essa história, acredito que ela errou e não errou. Ora, explicarei o porquê dos dois. Errou, pois desde o início o relacionamento se mostrou problemático e com vícios, deixando explicita a impossibilidade de um futuro promissor. E não errou, pois se trata de uma história de amor, onde o impossível nunca deve ser discutido. Porém é indiscutível que um relacionamento é baseado na esperança de um futuro juntos, de felicidade ao lado do companheiro... acabou isso, para quê insistir? A autora da história, felizmente, não se prendeu a essa insistência por muito tempo (embora 2 meses de infelicidade não sejam nada bons!), mas devemos considerar que muitas pessoas insistem em um relacionamento semelhante ao nos relatado por 2, 3, 4... 30 anos. Ninguém precisa de um(a) parceiro(a) para ser feliz, amor próprio em primeiro lugar, sempre.

A. Souza


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